O CONTROLE POPULACIONAL DE CÃES E GATOS EM FACE AO COMBATE DE ZOONOSES

 

A convivência entre as pessoas e os animais a exemplo da presença dos cães e dos gatos junto ao ser humano existe desde longa data. Devido a este estreito contato, muitas doenças advindas de zoonoses se difundem entre os homens, transmitidas através dos animais infectados. A Educação Ambiental é um caminho alternativo para se desenvolver a conscientização da sociedade, buscando promover a guarda responsável, o bem estar animal e a redução dos casos de doenças zoonóticas.

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Os animais desempenham um papel essencial na manutenção das infecções zoonóticas do ecossistema. De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, as zoonoses podem ser de origem bacteriana, viral ou parasítica, como também podem envolver agentes convencionais. Além de se configurar como um problema de saúde pública, muitas das principais doenças zoonóticas interferem na produção dos alimentos de origem animal, criando obstáculos no comércio internacional.

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Segundo dados estatísticos da OMS, 75% (setenta e cinco por cento) das enfermidades emergentes nas pessoas são de origem animal. Uma gestão ambiental pública equivocada em resíduos sólidos, somado a não separação de despojos para reciclagem e seu descarte inadequado pela coletividade, somado ainda com o abandono de animais domésticos nas ruas e espaços públicos pelos seus tutores, favorecem e criam condições inoportunas de procriação descontrolada de animais domésticos e sinantrópicos como os cães, gatos e roedores, causando desequilíbrio à saúde ambiental e aumentando as chances de transmissão de doenças advindas de zoonoses, como por exemplo a raiva, a leptospirose e a leishmaniose. 

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A procriação excessiva e descontrolada dos animais, juntamente com a falta de saneamento e o crescimento desordenado das cidades, propiciam graves problemas na efetividade de políticas públicas. Os cães e gatos errantes são agentes que interferem negativamente no ecossistema, dependendo da guarda responsável e de oferecimento de ações públicas eficientes, como a vacinação e a castração. É nesse contexto que se pode arriscar em dizer, salvo melhor juízo e pesquisa oficial ora existente, que o Ceará deve possuir, estatisticamente, segundo literatura alcançada, algo em torno de dois milhões e duzentos mil cães e gatos abandonados nas ruas e espaços públicos distribuídos entre as suas cento e oitenta e quatro cidades.

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Desse modo podemos afirmar que a zoonoses prolifera devido à procriação descontrolada de cães e gatos e a irresponsabilidade ou ignorância de seus tutores, somado na falta de gestão ambiental e programas de esterilização e Educação Ambiental que valorizem a guarda responsável e o bem-estar animal. 

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Conhecer o perfil dos tutores de cães e gatos é de grande valia para o poder público local e as ONGs, para que possam adotar estratégias conjuntas na divulgação sobre a guarda responsável, minimizando o abandono destes animais.

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O incentivo à posse ou guarda responsável dos animais domésticos é de fundamental importância para o sucesso de um programa de controle de população dos cães e gatos, e os órgãos públicos como protagonistas devem ser exemplos de manejo e acompanhamento etológico ao bem-estar dos mesmos. 

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Quando o cidadão é esclarecido sobre sua responsabilidade na guarda, na prevenção, na esterilização, na vacinação e na provisão de alimentos e higiene adequados, com certeza terá uma influência direta positiva na dinâmica populacional e de zoonoses.

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Com isso, entende-se por guarda responsável de animais domésticos (cães e Gatos) ao conjunto de ações focadas na prevenção de riscos por agressões, zoonoses e danos a terceiros, além de sua total dependência e necessidades físicas, afetivas, psicológicas e ambientais.

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A guarda responsável configura-se, portanto, como uma das práticas para promoção do bem-estar animal, traduzindo numa mudança no estilo de vida, exercício da cidadania e educação para uma sociedade justa, fraterna e solidária para todos.

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A Educação Ambiental é capaz de transformar a convivência entre o homem e o animal numa relação de companhia harmônica e saudável, pois atua na construção de boas atitudes individuais e coletivas.

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A Educação Ambiental surge em contexto como ferramenta importante no processo educativo permanente, dinâmico, criativo e interdisciplinar, e  é considerada como instrumento num processo de conscientização sobre a questão no nosso ecossistema. 

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Grande parte das pessoas, infelizmente, não detém conhecimento suficiente sobre a guarda responsável de cães e gatos e o controle de zoonoses. É notório o quanto uma parte da população é alheia diante de um assunto tão importante como zoonoses, ficando expostas a diversas enfermidades transmitidas pelos animais.

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O desconhecimento dos tutores acerca do manejo e dos cuidados adequados em relação aos seus animais de estimação, não significou um descaso ou mesmo desafeto, mas sim na comprovação da necessidade da implantação de projetos públicos voltados na EDUCAÇÃO AMBIENTAL para formar e informar a população de modo geral sobre o tema abordado e esperar que o melhor aconteça.